O Brasil era o maior mercado da Honda CB600F Hornet, apenas atrás da Itália, onde motocicletas de alta cilindrada são tradição. Quase 50 mil unidades foram vendidas aqui, em dez anos, resultando na liderança do segmento Naked. A moto foi considerada um ícone, e fez muito sucesso em função das características esportivas, como chassis de alumínio, visual matador e ronco desigual.
Entretanto, apesar de não ser a esportiva mais cara, custando cerca de R$32 mil, ela não sobreviveu à pressão do mercado, principalmente europeu, onde concorrentes como a Kawasaki Z750 (e posteriormente a Z800) secaram sua fonte ímpar de popularidade. Além disso, opções mais simples e de preço mais competitivo – como a Yamaha XJ6 – também fizeram pressão para que uma nova geração de motocicletas se apresentasse.
A identidade da sucessora.
Marcos Paulo Monteiro, gerente de planejamento de produto da Honda, explica que a nova CB650F não é a nova Hornet, pois não possui o mesmo apelo esportivo. O objetivo da montadora foi justamente tornar a linha um tanto mais acessível. Os “horneteiros”, por sua vez, devem entender isso de outra forma: A queda de 102 para 87cv é grande, mas atraiu mais compradores por conta da autonomia extendida, ergonomia reprojetada para ambientes urbanos e curva de torque menos brusca. Isso sem contar que a nova moto já é líder do segmento Naked, com mais de 650 unidades vendidas entre seu lançamento e os dois primeiros meses de 2015.
Todavia, a CB650F não é uma opção nas próximas compras de quem já possui uma Hornet, que já esperam ansiosos por um resgate à essência. Talvez até com um toque mais apimentado, e 800 cilindradas!
E você, sentirá saudades do zangão mais envenenado das estradas?