Com o desenvolvimento da tecnologia, há uma vasta quantidade de roupas e equipamentos especificamente projetados para os mais diferentes tipos de motociclista. O principal elemento que deve ser considerado na hora de comprar os equipamentos é a segurança. As dicas abaixo vão ensinar a diferenciar o fundamental do supérfluo.
CAPACETE: COMPRAR O MAIS BARATO OU O MAIS CARO?
Este é o principal dos equipamentos. A lei brasileira obriga o motociclista a utilizá-lo, mas verificar a existência do selo do Inmetro na hora da compra nem sempre é o suficiente. Quando for escolher o capacete, você deve ficar atento aos materiais utilizados. Os mais baratos, normalmente, são feitos de plástico injetado. Um nível acima estão os de fibra de vidro e, no topo da pirâmide, os de materiais compósitos, como fibra de carbono e kevlar. É natural que a proteção que um capacete caro ofereça seja maior, nem tanto pela absorção do impacto, mas pelo conforto, leveza, visibilidade, ventilação, durabilidade, entre outras vantagens. A primeira coisa a fazer é experimentar o objeto, avaliando especialmente o conforto. Ele não pode ficar folgado, deve pressionar a cabeça de maneira uniforme e as maçãs do rosto de modo mais evidente. Outro aspecto importante é a viseira: quanto mais grossa, melhor. No teste, deve-se afivelar a cinta jugular, que jamais pode ser incômoda, ficar folgada ou ser de difícil manejo.
POR QUE EXISTEM LUVAS TÃO CARAS?
As luvas, para a maioria dos motociclistas, é um equipamento utilizado apenas em dias mais frios. Isso é um erro: quando ocorre um acidente, o instinto faz com que as mãos sejam as primeiras a tocar o chão. Luvas de couro ou de pano custam pouco, mas também protegem pouco.
Existem alguns modelos específicos para motociclistas que garantem ótima proteção. Nelas é utilizado couro associado a plástico injetado, aplicado nas regiões com maior possibilidade de impacto ou abrasão em caso de acidentes. Existem, também, luvas de material têxtil sintético que, além de mais apropriadas ao nosso clima, oferecem mais conforto. As luvas mais caras, que chegam a custar até R$ 2.000,00, são destinadas a pilotagem em pista. Com um bonito design e com uma grande tecnologia de proteção, elas são feitas para suportes as consequências de acidentes a mais de 200 km/h. Na hora de comprar as luvas, é preciso pensar: eu preciso de tudo isso?
BOTA DE CANO ALTO OU CANO BAIXO?
Calçado de cano alto, sempre. O motociclista deve usar o bom senso na hora de escolher mas, para uso diário, basta que o tornozelo esteja coberto. É claro que para longas viagens, botas de cano mais alto oferecem maior proteção. Como nas luvas, as botas específicas para motociclistas trazem protetores de plástico injetado, oferecendo maior proteção às partes mais vulneráveis dos pés e das pernas. Evite botas com fechamento feito por cadarços. Elas podem enganchar na moto, provocando incômodo e acidentes.
NAS JAQUETAS, VALE INVESTIR MAIS?
Tudo depende do que você planeja com este elemento. A ideia é apenas proteção contra o frio e a chuva? Ou proteção contra acidentes e possíveis fraturas? As jaquetas, atualmente, trazem forros removíveis, adaptando-se o uso a diferentes climas e visando a proteção dos cotovelos, antebraços e ombros de possíveis impactos. O material mais utilizado é a cordura, um tecido resistente a abrasão e que permite variados desenhos. Todos os modelos devem contar com reforços plásticos ou de material apropriado para absorver impacto em pontos estratégicos. Este equipamento merece um pouco mais de investimento, visto que as jaquetas tops de linha têm uma durabilidade e eficiência excepcionais. Evite as jaquetas que não tenham protetores.
AIRBAG FUNCIONA DE VERDADE?
Chegaram ao Brasil jaquetas e coletes com dispositivo airbag. Os coletes são mais leves, e podem ser usados sobre roupas normais. O dispositivo funciona assim: câmaras de ar embutidas no traje se inflam assim que um gatilho libera o gás sob alta pressão, que infla o airbag quando o motociclista se separa da motocicleta. O problema é que, em acidentes, nem sempre ocorre a separação entre o condutor e o veículo. Ou seja, o airbag embutido na jaqueta ou no colete pode não ser eficaz. Outras opções a base de sensores e de wireless estão sendo desenvolvidas, mas, além de não ter no Brasil, o preço ainda é bastante salgado para a maioria dos motociclistas: cerca de R$ 7.000,00.
CALÇA OU JOELHEIRA?
Como nas jaquetas, proteções plásticas nos joelhos e na parte inferior das pernas é padrão. Na região pélvica, a espuma de alta densidade é a encarregada da defesa dos quadris. Porém a compra de uma calça específica deve visar o uso rodoviário. Para utilização na cidade, no dia a dia, a proteção dos membros inferiores pode ocorrer com joelheiras usadas sobre qualquer tipo de calça. Pode não ficar muito atraente, mas certamente fica efetivo.
PRECISA CAPA, MACACÃO, PROTETOR DE COLUNA?
Todo protetor é importante, especialmente em uso rodoviário. Mesmo nas estações mais quentes do ano, uma chuva imprevista pode fazer você se molhar e o vento faz cair bastante a temperatura. Capas de chuva básicas de nylon custam cerca de R$ 50,00 e podem oferecer uma proteção consistente. O importante é dar prioridade a equipamentos que conciliem qualidade e conforto, e que estejam ao alcance de suas possibilidades financeiras. Claro que os equipamentos devem ser coerentes com a sua moto. Priorize o bom senso e escolha equipamentos que serão efetivos e de uso rotineiro.
Lembre-se: do motocross às ruas, pilotar a moto em total segurança é essencial para todo motociclista.
FONTE: G1 Motos