Uma pesquisa com as 10 motos mais vendidas no país em 2012, abordou seis diferentes aspectos: desempenho, iluminação, transmissão, autonomia, conforto e dirigibilidade.
O estudo considerou pilotos com perfis bastante distintos como sexo, idade, tempo de habilitação e profissão. Os motociclistas testaram as máquinas em três situações viárias: em rodovias, na cidade e em vias sem pavimentação.
Também foi feita uma avaliação no sistema de freios: ABS, CBS e convencional. Em uma análise de cada aspecto, a pesquisa sugeriu soluções de melhoria para os fabricantes e fez um alerta sobre os eventuais riscos para os motociclistas.
1 – Desempenho:
No trânsito urbano, todas as motos apresentaram resultados satisfatórios no que diz respeito a aceleração e ultrapassagens. Os modelos Honda Pop 100 e Yamaha Crypton revelaram limitações que impossibilitam acompanhar o fluxo em rodovias com limites acima de 100 Km/h e realizar ultrapassagens com segurança. O Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), responsável pela pesquisa, recomenda aos fabricantes que facilitem essa informação ao consumidor.
2 – Iluminação:
Todos os testes mostraram-se adequados. Somente as motos da Yamaha apresentaram a possibilidade de ter o farol e lanterna desligados enquanto a moto está em movimento. Porém, a assessoria da fabricante já informou que essa falha foi corrigida em 2013. Um ponto comum entre as motos avaliadas foi a falta de indicação quando existe qualquer lâmpada queimada.
3 – Transmissão:
Os modelos da Honda CG150, CG 125, BIZ 125, POP 100 e Yamaha Crypton TT115 apresentaram maior impregnação de detritos quando em circulação por vias não pavimentadas. Isso exige maior cuidado quanto à manutenção preventiva do sistema de transmissão. Nem todos os pilotos trocam todo o conjunto da transmissão (coroa, pinhão e corrente) conforme orienta o fabricante. Existe uma prática dos usuários ainda mais perigosa, que é o corte da corrente quando esta apresenta desgaste/folga. Não cometa esta prática se quiser manter o bom funcionamento da sua motocicleta.
4 – Autonomia & Abastecimento:
Nos modelos Honda Pop 100 (tanque com capacidade de 4 litros e autonomia de 140 km) e Yamaha Crypton (tanque com capacidade de 4,2 litros e autonomia de 140 Km), há baixa autonomia e, no caso da Honda POP 100, não existe um indicador de nível de combustível. Ainda nestes modelos a posição da torneira de combustível apresenta dificuldade em seu acesso quando a moto está em movimento. Estas características influenciam diretamente na segurança e na dirigibilidade.
5 – Conforto:
Todos os modelos estudados atendem a proposta dos fabricantes. Os modelos Honda POP 100, BIZ 125 e CG 125 possuem as pedaleiras do passageiro fixadas na balança da suspensão traseira. Isso gera um desconforto para o passageiro, que recebe em seus pés e pernas as oscilações do terreno. Nesse caso, recomenda-se maior cautela no transporte do passageiro.
6. Dirigibilidade:
Embora o uso de motos do segmento Street (como a Honda CG 150 Titan, CG 125, Yamaha Factor, CB 300R e Underbone como Honda POP 100, BIZ 125 e Yamaha Crypton T115) seja comum em estradas de terra, isso pode ser muito perigoso por conta da falta de aderência dos pneus. Os modelos saem de fábrica com pneus destinados ao uso em vias asfaltadas e sua utilização em estradas de terra, sobretudo na estação de chuvas, exige um ponto de atenção do condutor. Os sulcos não são capazes de drenar a água ou garantir a aderência ao terreno.
A SEGURANÇA PASSA TAMBÉM PELA MANUTENÇÃO
Existem algumas peças que devem ser trocadas a cada 10 mil km rodados. São elas: sapata freio dianteiro (tambor), sapata freio traseiro (tambor), pastilha freio dianteiro (disco), pastilha freio traseiro (disco), óleo de motor, elemento do filtro ar, pinhão (transmissão), corrente (transmissão), coroa (transmissão), pneu traseiro – câmara ar, pneu dianteiro – câmara de ar e alinhamento de roda.
Além disso, é recomendada também a troca da vela de ignição a cada 5 mil km em motos carburadas, e a cada 10 mil km em motos injetadas.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE FREIOS
Foram avaliados os freios convencional, ABS (sistema de frenagem de anti-bloqueio) e CBS (sistema de freio combinado) nas motos Honda CB 300R 2013 (com ABS), Honda CB 300R 2013 (sem ABS), Honda Lead 110 2013 (com CBS) e Suzuki Burgman 125 2013 (sem CBS). As velocidades adotadas para foram 40 km/h e 60 km/h.
De todos os testes realizados, podemos afirmar que: o sistema de freio ABS não é recomendado para a maioria das vias e rodovias brasileiras. Caso esse sistema seja adotado pela indústria, que haja um dispositivo para que o piloto ligue ou desligue conforme a necessidade. O Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) recomenda o uso do freio CBS.
FONTE: MotoBR