Estudo aponta: maioria de acidentes com moto não envolve motoboys.

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30 ago 2013

A maioria dos acidentados com moto usa o veículo por apenas 2 horas por dia, como transporte, diz estudo do Hospital das Clínicas de São Paulo que traçou um perfil de acidentes com motos na capital paulista.

Estudo aponta: maioria de acidentes com moto não envolve motoboys.

Segundo a pesquisa, mais de 90% dos motociclistas acidentados usavam capacete, mas somente 17,8% usavam também jaqueta e botas.

 

O levantamento envolveu 326 vítimas e 310 acidentes, entre fevereiro e maio deste ano, na Zona Oeste de São Paulo, e apenas 23% dos acidentados declararam que usam a moto como instrumento de trabalho.
A pesquisa do HC-SP também levantou as principais causas dos acidentes e os tipos de lesões.

 

> Confira as principais conclusões:

 

Maioria já se acidentou antes.

A maioria dos acidentados com moto é homem (92%), com 30 anos, em média, e estudou até o ensino médio e 20% tinham ensino superior. Mais da metade (62%) ganha de 1 até 3 salários mínimos.

Do total, 73% disseram que usam a moto como transporte, dirigindo até 2 horas por dia e 33% se declararam motofretistas, pilotando até 8 horas por dia. 4% não responderam. Mais da metade dos entrevistados disse que já havia sofrido acidente antes.

 

De quem é a culpa no acidente?

Mais de 70% dos acidentes estudados envolveram dois ou mais veículos. A pesquisa apontou que motociclistas e motoristas “empataram” na questão de responsabilidade. Em ambos os casos, a imprudência foi o fator que pesou.

Dos motociclistas entrevistados, 67% dizem que aprenderam a andar de moto sozinhos e 23% não tinham habilitação (desses, 75% tinham menos de 32 anos).

O excesso de velocidade foi constatado em 13% dos casos – na maior parte, eram as motos que estavam acima do limite. A maioria das ocorrências foi em ruas e avenidas de velocidade média; 34% foram nas marginais.

Problemas nas vias, como óleo ou areia na pista e má sinalização, levaram a 18% dos acidentes. De todas as ocorrências, 97% aconteceram em pista seca e 67% durante o dia.

Más condições dos veículos responderam por apenas 8% das colisões e quedas. Freios e pneus são os principais fatores nesses casos. Segundo o HC-SP, 69% das motos tinham menos de 6 anos de uso.

 

Uso de drogas e álcool.

Mais de 80% dos participantes concordou em passar pelo bafômetro e por testes de laboratório para verificar o consumo de substâncias químicas.

21,3% usou álcool ou drogas. Entre esses, em 14,1% foi constatada a presença de drogas, sendo a cocaína como principal e 7,1% haviam bebido.

 

Capacete sim, jaqueta não.

Do total, mais de 90% usavam capacete, mas somente 17,8% usavam também jaqueta e botas.

A lei obriga o capacete e vestimenta adequada para conduzir motos, mas até hoje não foram definidos critérios para os itens de vestimenta, por isso eles não são cobrados.

 

Motofretistas estavam mais equipados que os que usam a moto como transporte.

As jaquetas protegeram contra lesões mais graves nos membros superiores, mas as botas não influenciaram nas lesões de membros inferiores.

A maioria (80%) dos acidentes envolveu motos de até 250 cilindradas.

 

Tipos de lesões.

2% dos acidentes resultaram em morte de motociclistas. Entre feridos, 48% tiveram lesões graves, sendo 17% em pernas e pés e 12% em braços.

23% tiveram outros tipos de trauma. E a maioria teve alta após o pronto-atendimento; 18% precisaram ser internados.

 

Propostas.

O estudo recomenda a criação de um banco de dados de acidentes de trânsito nacional, envolvendo as polícias, Detrans e hospitais. Também pede a melhoria no processo de habilitação dos motociclistas, com a inclusão da direção defensiva.

A associação das montadoras de motocicletas (Abraciclo) diz que é favorável à mudanças no processo de habilitação, inclusive a subdivisão da categoria A, de acordo com a cilindrada da moto (A1 para ciclomotores e motos de até 50 cc, A2, para até 350 cc, e A3 para as mais potentes).

O assunto tem sido discutido em câmara temática do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Já a coordenadora da pesquisa, Júlia Greve, aponta que é preciso acabar com o “combate hipócrita” da embriaguez de motociclistas e motoristas, com menos leis e mais punição. O inspetor Marcio José Pontes, da Polícia Rodoviária Federal, concordou. E Daniel Annemberg, diretor do Detran-SP, lembrou que há seis instâncias em que um condutor que causou um acidente embriagado pode recorrer, antes de ter a CNH cassada.

E aí? Conte pra gente: você acha que existem muitas brechas na lei?

(via http://www.motonline.com.br)

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